Sensual...?!

Há muito, muito que esperava por aquele momento.Todo aquele ritual lhe era já muito familiar. Desta vez demorara-se mais. Nunca antes tinham estado tanto tempo sem se verem. Desta vez, ia para perto de quatro meses que não estavam juntos. Para ela quatro meses sem ele eram mesmo uma eternidade. De todas as vezes que tinha de se despedir dele, dizia para si mesma que era a última. Mas por esta ou aquela razão, voltava sempre ao princípio.

Tinha conseguido terminar tudo mais cedo. O jantar estava no forno, a mesa posta. Não faltavam as velas. Correra meio mundo à procura das velas, para ela era sempre importante a mesa com flores e se houvessem duas ou três velas tanto melhor, fazia sempre questão de as acender quando dava início ao jantar, baixava as luzes indirectas e o ambiente mergulhava naquela semi-luz, suave, aconchegante, que ela tanto gostava.
Na sala, escolheu música sensual. Ella Fitzgerald alternada com Norah Jones, tocavam baixinho no pequeno leitor. Rachmaninov e um cd de Leonard Cohen, eram também os eleitos para aquela noite.
Sem pressas, pôs a água do banho a correr. Espalhou os sais de banho no fundo da banheira, a música na sala continuava a tocar baixinho.

Dirigiu-se ao quarto que se encontrava arrumado e limpo. A cama feita com lençóis limpos lisos e de cores suaves, condiziam com as cores do quarto, os cortinados uniam-se exactamente no meio. Musselina branca pairava suspensa na armação da cama, dando um ambiente acolhedor ao quarto. Pendurada numa das paredes, uma pintura a óleo, mostrava artisticamente uma mulher ajoelhada num excitante fellatio, uma visão ao mesmo tempo despudorada e erótica. Na mesa de cabeceira jaziam dois livros "O jardim Secreto" de Nancy Friday e "My Secret Garden Shed" de Paul Scott.
Um candelabro foi aceso antes da chegada dele. Olhou à sua volta e aspirou o aroma que a envolvia, o quarto tinha um cheiro divinal. Pétalas de rosa espalhadas ao acaso sobre a dobra do lençol conferiam a todo aquele ambiente uma visão excitante e sensual.

Lentamente começou a despir-se. A tesão que sentia continuava incontrolável. Durante toda a manhã, a excitação dos preparativos e as recordações que não a largavam tinham-na deixado por diversas vezes toda "molhada".
Com a pele arrepiada pelo frio, entrou na banheira cheia de água, para um banho quente delicioso e relaxante.
As mãos escorregadias e cheias de gel despertam-lhe sensações em toda a pele e uma estranha sensação de erotismo começou a tomar conta dela. Como num ritual massajou os seios redondos e que seios... reagiram imediatamente ao toque, as auréolas contrairam-se e os mamilos despontaram erectos e duros, na pele arrepiada. Sem fazer caso continuou a peregrinação pelo seu corpo, agora em direcção ao seu sexo que se encontrava maravilhosamente quente e molhado. Passou-lhe o gel uma e outra vez, a gozar... lembrava-se nitidamente da voz dele, quando lhe dava instruções de como havia de passar o gel no corpo enquanto tomava duche. Não pode de deixar de sorrir àquela lembrança tão deliciosa...!
Voltou a passar o gel pelo corpo, demorando-se prepositadamente, na conninha a cada toque mais ousado sentia a pele arrepiada, o clítoris parecia querer saltar, massajou-o e sem se poder conter penetrou os dedos no sexo molhado pela água ao mesmo tempo que movimentava o corpo invadido por toda aquela tesão. Em pé na banheira abriu o chuveiro e deixou que a água quente percorresse o seu corpo incendiado de tanta tesão, continuou a movimentar o corpo deslizando os dedos dentro do sexo até atingir o primeiro e o segundo orgasmo.

Já mais aliviada e relaxada, saiu da banheira. Secou-se muito bem, voltou para o quarto toda nua, pôs o perfume que ele tanto gostava, vestiu a lingerie nova comprada no dia anterior, uma saia preta justa de lycra, um body com um decote de fazer inveja, meias pretas de liga e sapatos baixos.
Olhou-se mais uma vez ao espelho, a imagem que ele lhe devolveu não podia ser melhor. Sorriu.

Sentou-se na sala e esperou por ele.

(continua)